O cabo muitas vezes é subvalorizado por ser um elo passivo dentro da arquitetura e da engenharia de áudio e vídeo, pois não processa ativamente as informações, apenas transporta o sinal de um ponto a outro. Apesar disso, tem grande importância, pois, quando o usuário investe em equipamentos de última geração, como um videogame e uma TV 4K, não obterá o mesmo resultado se o cabo HDMI não for adequado.
Diferentemente do que ocorre com o sinal analógico, cujo tráfego não requer alta resolução, o sinal digital necessita de um meio de propagação capaz de transmitir um maior volume de dados simultaneamente, como o sinal de áudio e vídeo, sem perda de qualidade. Quando o cabo HDMI é bem construído, o sistema funciona adequadamente de ponta a ponta: a fonte gera e envia um sinal, o cabo suporta as especificações e o equipamento final converte os dados mantendo as condições.
Dessa forma, o cabo HDMI é a escolha mais acertada para trafegar sinais digitais, pois, além de manter alta resolução, permite o tráfego criptografado dos dados, evitando que o conteúdo seja copiado sem autorização. Para facilitar o entendimento sobre o cabo HDMI e suas versões, Cristiano Mazza, diretor de produtos do Grupo Discabos, desmistifica pontos importantes para que o consumidor não seja lesado na hora da compra. Confira!
Cabo HDMI e suas versões
Muitas pessoas julgam um cabo HDMI e suas versões, principalmente ao questionar se o cabo está na versão 2.0. Você sabe se essa é a última versão? Se um cabo for lançado hoje e, posteriormente, surgir uma versão mais avançada, é necessário descartar o cabo anterior e fabricar outro?
A verdade é que o consumidor pouco se informa sobre a tecnologia e espera que o integrador ou a revenda forneça informações corretas. No entanto, se esses profissionais não se preocupam com o conteúdo e baseiam-se apenas no que veem em campanhas publicitárias, o mercado não se organiza, e a falta de informação continuará.
O cabo HDMI é como uma ponte por onde as informações trafegam. Quando a fonte emite o sinal, seja um canal de áudio ou um bit rate de vídeo, há uma exigência de maior capacidade de transmissão do cabo. Para que o transporte desses dados seja efetivo, o cabo deve suportar essa transmissão. Assim, o cabo HDMI precisa se adaptar ao tráfego, e essa é a primeira vantagem no transporte do sinal de áudio e vídeo.
Não existem diferenças físicas entre os antigos cabos HDMI e os mais modernos, pois, externamente, toda a composição é a mesma: o plugue e a capa que cobre seu interior. Isso pode ser uma desvantagem para o consumidor que não reconhece as especificações e, assim, pode ser facilmente enganado.
Atualmente, um cabo premium deve ser composto por 19 fios agrupados em quatro pares trançados. Externamente, deve possuir um conector com 19 pinos, ou seja, nada deve ficar solto. Esses cabos são ideais para instalações que requerem alta resolução, como o sinal 4K. Se o cabo HDMI não for compatível, a imagem pode apresentar um efeito pixelado, algo facilmente perceptível em cinemas e transmissões ao vivo.
HDMI 2.1
A tecnologia HDMI 2.1 representa um grande avanço na transmissão de áudio e vídeo, oferecendo suporte a resoluções de até 10K e taxas de atualização mais altas, como 4K a 120 Hz e 8K a 60 Hz. Com uma largura de banda expandida para 48 Gbps, permite imagens mais nítidas, fluídas e com menor latência, tornando-se ideal para gamers, cineastas e entusiastas de home theater. Além disso, recursos como VRR (Variable Refresh Rate), ALLM (Auto Low Latency Mode) e eARC (Enhanced Audio Return Channel) garantem uma experiência mais imersiva, com som de alta qualidade e sincronização perfeita entre imagem e áudio.
HDMI 2.2
O HDMI 2.2, recentemente anunciado na CES 2025, representa a próxima grande evolução da tecnologia HDMI, dobrando a largura de banda para 96 Gbps. Com isso, ele suporta resoluções de até 16K a 60 Hz, 8K a 240 Hz e 4K a 480 Hz, oferecendo uma experiência visual incomparável. Além disso, traz o Protocolo de Indicação de Latência (LIP) para melhor sincronização entre áudio e vídeo, garantindo precisão extrema em transmissões.
Uma das principais novidades é a compatibilidade com os novos cabos Ultra96 HDMI, projetados para suportar a maior largura de banda. Essa evolução torna o HDMI 2.2 ideal para realidade virtual (VR), jogos de última geração e aplicações profissionais, onde altas taxas de atualização e qualidade de imagem são essenciais.
Histórico da tecnologia HDMI
A tecnologia HDMI surgiu no fim de 2002, em um consórcio formado pelas principais empresas de AV (Hitachi, Panasonic, Philips, Silicon Image, Sony, Thomson, RCA e Toshiba), uma empresa de criptografia e segurança (LLC) e com o apoio financeiro dos principais estúdios de cinema e redes de TV (Fox, Universal, Warner Bros., Disney, DirecTV, EchoStar (Dish Network) e CableLabs).
Além da melhoria técnica do áudio e vídeo digital, o objetivo era proteger os conteúdos contra cópias piratas. Foi exatamente isso que motivou o desenvolvimento da tecnologia.
Ao mesmo tempo, problemas físicos (especialmente com seu conector), de código e de sincronização atormentaram a comunidade de áudio e vídeo. Apesar disso, a conexão permanece como a principal tecnologia utilizada no mercado audiovisual.
O segredo foi uma tecnologia chamada TMDS (Transmissão Minimizada por Diferencial de Sinal), desenvolvida pela Philips e posteriormente utilizada pela Apple em seus monitores. Imagine a necessidade de transportar um sinal sensível, com curvas próprias do sinal digital (0 e 1), por uma determinada distância.
Para garantir a transmissão de dados e evitar perdas, foi necessário desenvolver uma codificação do sinal de forma que ele fosse invertido e recodificado na chegada (recepção), permitindo a detecção de possíveis falhas no caminho. Ao ser convertido para positivo, o sinal digital era realçado e as perdas, minimizadas. Posteriormente, surgiram os ATC (Authorized Test Centers) e os centros de teste de HDMI (chip e cabo).
HDMI não é apenas um cabo
Quando as pessoas escutam HDMI imaginam sempre o cabo HDMI, talvez porque esse seja o único elo visível do sistema. Porém, o HDMI tem uma parte igualmente importante formada por chips, que entendem e convertem os sinais que passam pelos cabos. Um depende do outro.
Em um primeiro momento, os laboratórios afirmaram que apenas cabos HDMI de 7 metros funcionavam. Na verdade, essa medida foi considerada porque era o tamanho necessário para trafegar o máximo de dados possível, 10,2 Gbps.
Contudo, se o usuário quisesse enviar um sinal em 1080p de um Blu-ray, precisaria de apenas cerca de 5 Gbps. Os testes de “olho padrão” ajudaram a compreender essa possibilidade e, assim, foi possível alcançar metragens de 20 metros, por meio de testes com grande margem de segurança.
Seria possível fabricar cabos de 25 metros ou até 30 metros, dependendo do sinal a ser trafegado. Contudo, o peso do cabo, que pode prejudicar o conector, não se mostrava tão eficiente, e, a partir de 2005, surgiram as novas versões do HDMI.
Foi um período conturbado. Até hoje, muitas pessoas acreditam que precisam trocar os cabos sempre que uma nova versão é lançada. No entanto, o que poucos fabricantes explicam é que as versões quase nunca dizem respeito ao cabo em si. Era comum que as atualizações mencionassem melhorias no processamento da imagem, da cor ou do áudio, enquanto o cabo continuava sendo apenas o meio de transmissão do sinal.
Cabo HDMI no Brasil
O Grupo Discabos foi uma das primeiras empresas a oferecer cabos HDMI no Brasil e foi a pioneira no desenvolvimento desse elemento. Atualmente, fornecemos diversos tipos de cabos HDMI, 2.0 ou 2.1.
Como palestrante, Cristiano Mazza foi convidado a ministrar diversos cursos sobre o tema, inclusive na InfoComm, e, a partir de então, houve uma explosão de fabricantes de cabos HDMI. Aos poucos, as pessoas perceberam que existiam diferentes qualidades de cabos HDMI: o formato deveria ser sempre o mesmo, mas a performance dependia do fabricante.
Imagine uma feijoada: todos conhecem a receita, mas, em alguns restaurantes, o sabor não é melhor? Apesar disso, os ingredientes se mantêm os mesmos: partes do porco e feijão-preto, servidos com arroz, farofa e couve.
Aconteceu o mesmo com o cabo HDMI: a fórmula de construção do cabo é simples, mas a matéria-prima e o cuidado na sua elaboração criaram diferenciais que impactaram significativamente o resultado.
Um cabo que funcionava para DVD, por exemplo, nem sempre funcionava para Blu-ray ou jogos em HD, o que confundia o consumidor. Ele acreditava no que havia lido na embalagem, sentia-se enganado e não tinha a quem recorrer.
Surgimento dos Modelos de cabo HDMI
Em 2007 a organização HDMI lançou a versão 1.3b, que delimitou em apenas dois modelos de cabo HDMI:
- Standard (padrão, categoria 1) — que suporta até 1080i;
- High Speed (alta velocidade, categoria 2) — que suporta todas as definições até 10,2 Gbps.
Posteriormente, isso se expandiu para cabos com ou sem ethernet, além do cabo especial para o mercado automotivo, que usa um conector especial (D).
Dessa forma, os fabricantes devem seguir as nomenclaturas Standard e High Definition, sendo que cada uma compreende dois subtipos: baixa ou alta velocidade (Standard Baixa Velocidade, Standard Alta Velocidade, High Definition Baixa Velocidade e High Definition Alta Velocidade).
Os selos não podem ser alterados, desde suas cores até o formato. Por lei, todo associado deve seguir essa nomenclatura, sendo proibido o uso de qualquer outra classificação ou de versões numéricas.
Em outras palavras, os associados não podem divulgar a versão do cabo, visto que essa informação não é correta. É necessário informar a quantidade de dados que o cabo trafega, seguindo a nomenclatura acima.
Dessa forma, um cabo versão 1.0 pode ser usado hoje, desde que tenha sido construído para suportar 10,2 Gbps. Porém, infelizmente, alguns fornecedores utilizam essa estratégia de enumerar as versões para iludir o consumidor.
Você sabia que a versão 1.4, em seu adendo “a” (1.4a), especifica formatos 3D obrigatórios para conteúdo de transmissão, jogos e filmes? Para jogos em 3D, é necessário utilizar resolução de 720p a 60 Hz. É importante notar que não se deve rotular cabos como “1.4a”, pois essa designação está relacionada às especificações dos dispositivos, não dos cabos.
As indústrias são os principais culpados por essa confusão, seguidos pelos integradores e revendas que não se empenharam em conhecer bem as especificações dos produtos.
É importante o cliente comprar o cabo HDMI baseado nas informações que a empresa fornece e não somente pelo nome descrito na embalagem. Se o fabricante não for confiável muitas vezes esse consumidor pode se surpreender de forma negativa. Existem algumas marcas internacionalizadas e confiáveis, que se destacam também no mercado nacional, como a linha Platino, antiga Rosso.
Existe uma resolução para cabos HDMI que especifica as condições de construção dos cabos, a norma 1.3 b. A versão mais recente é a 2.1 (Com exceção do novo lançamento 2.2) e todos os cabos elaborados em função dessas especificações atendem adequadamente a necessidade do mercado.
Indicações de uso dos Extensores HDMI
O extensor é uma ponte que auxilia o cabo quando ele não é suficiente para trafegar o sinal. Existem diferentes tipos e qualidades de extensores, e é importante escolher o modelo correto para o sinal que se deseja transmitir.
Basicamente, existem dois tipos de extensores: os que apenas utilizam cabos de rede para enviar o sinal de áudio e vídeo e os que conseguem codificar o sinal para transmiti-lo a maiores distâncias, mantendo uma boa qualidade.
Os extensores com protocolos mais robustos trafegam um maior volume de dados e conseguem criar uma linguagem que evita perdas. Os principais protocolos são o IP e o HDBaseT.
Possíveis erros na escolha do cabo
O primeiro erro é achar que as especificações do cabo não importam e que qualquer modelo pode cumprir a função necessária. Apesar de o cabo ser um elo passivo, há muita engenharia envolvida em sua construção para garantir a transmissão do sinal de forma correta.
O segundo erro é escolher o produto apenas pelo preço. Qualquer produto deve ser avaliado pela sua qualidade e adequação ao uso, não apenas pelo valor. O cabo mais indicado para determinada necessidade pode ser mais barato do que o cliente imagina, assim como cabos de menor custo podem não suportar requisitos específicos.
Cuidados com o cabo
É importante que a instalação seja feita por profissionais com conhecimento sobre o tipo de conexão, pois existem modelos de cabos com plugs polarizados, ou seja, que não são iguais em ambos os lados. Se o lado incorreto for conectado, pode haver danos ao conector.
Muitas vezes, alguns instaladores ou até mesmo pessoas sem conhecimento entram no mercado audiovisual por acreditarem que se trata de um simples plug and play. No entanto, mesmo produtos que exigem apenas uma configuração básica, como um DVD, possuem informações importantes que devem ser observadas para evitar erros e danos mais graves.
Além disso, os cabos são sensíveis e não devem ser desplugados sem que a pessoa segure firmemente o conector. Muitas pessoas puxam o próprio cabo, o que pode danificar o conector fêmea ou o plug do equipamento, gerando um alto custo de manutenção.
Os cabos também não podem ser expostos ao calor excessivo nem ficar em ambiente muito úmido. Exige ainda um cuidado maior no momento da limpeza.
Diferenciais do Grupo Discabos no mercado de cabos
O Grupo Discabos representa diversos fabricantes que fornecem diferentes qualidades de cabos, extensores e outros equipamentos de vídeo para solucionar todos os problemas de especificação e necessidade de seus clientes.
A linha própria do Grupo Discabos (Linha Platino), baseada em produtos que atendessem adequadamente as demandas do mercado nacional naquele momento.
Os profissionais do Grupo Discabos têm um conhecimento técnico avançado em sinal digital e na construção de cabos, são devidamente treinados e reconhecem que o produto não requer apenas qualidade, mas também acabamento diferenciado e garantia de aproveitamento total das condições adquiridas pelos seus clientes.
Além do corpo técnico especializado, conta com ferramentas de testes baseados na resolução, quantidade de canais de áudio e paleta e dados das cores gerados pelos sinais de todos os aparelhos. Muito mais que fazer um cabo e ligar no equipamento para ver se aparece a imagem, é preciso saber se o sinal será entregue sem falhas e perdas.
O mercado audiovisual é dinâmico, pois acompanha a evolução da tecnologia e da demanda de consumo dos clientes. Hoje falamos em 8K como referência, além de já ter sido divulgado o desenvolvimento de resoluções mais avançadas, e a tecnologia de cabos HDMI deve acompanhar essa evolução.
Ao comprar um cabo HDMI esqueça o número ou a versão. A qualidade deve ser requerida pela confiabilidade na marca que informa as especificações do produto e a indicação do seu uso. Escolha seu fornecedor com base em seu histórico de vendas, procedência do material utilizado, garantia e disponibilidade de suporte.
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Como leigo, a pergunta: os conectores fazem parte do cabo para essas classificações? Os conectores montados também?
Sim, quando falamos de cabos no artigo estamos incluindo tanto os cabos montados com conectores como os cabos vendidos em rolo, sem os conectores.
Muito bom seu esclarecimento…… Valeu.
Ola,
Então se eu entendi, posso continuar utilizando o meu BJC Series-1 Belden Bonded-Pair que foi comprado em 2004 para conteúdos 4K? Ele tem suporte aos 18Gbs de banda requerida para o conteúdo?
Eu já testei ele com ARC e até isso funcionou normalmente, e teoricamente ele é padrão 1.3b
De qualquer forma, to precisando comprar um com 3m de comprimento.
Abs
Olá Ygor. Sim provavelmente o seu cabo já suporte a largura de banda necessária para 4K. Lembrando que o máximo de distâncis suportado pelo cabo hdmi para 4K é de até 5 metros.
Nós temos cabos de 3 metros disponíveis, vou indicar um revendedor no seu email.
Olá ótimo artigo, quais são os melhores fabricantes de cabos hdmi? Por que o pessoal não usa fibra óptica ao invés de HDMI, é só por causa da proteção contra cópia de dados?
Olá Reinaldo eu te indico usar o nosso cabo HDMI, vendemos cabos hdmi no Brasil desde 2007 e damos garantia e suporte. Já existem cabos de fibra ótica com ponta hdmi, inclusive nós temos em linha.
Preciso enviar o sinal (áudio e vídeo) de uma câmera para 04 equipamentos (placa de captura, projetor…), daí gostaria de saber se posso fazer isso utilizando cabo HDMI 2.0 C/ 30M para um SPLITTER HDMI 1×4 no qual terá quatro cabos hdmi 2.0 com 2 metros conectados nas suas saídas e nos quatro EQUIPAMENTOS ???
Boa noite, preciso enviar sinal do computador (conversor usb 3.0 para hdmi 1.3b, splitter hdmi para 2 monitores) para TV’s a aproximadamente 10~15m de distancia. com o conversor para hdmi 1.3 e o cabo hdmi 1.3 seria possível reproduzir filmes e videos em full hd com qualidade ?
Como consigo saber a versão da saída HDMI do meu notebook? Não encontrei em lugar nenhum isso!
Olá Iuri, provavelmente essa informação você vai achar na ficha de especificação ou manual do seu notebook. Caso não ache seria só entrando em contato com o fabricante mesmo.
Olá, uma dúvida, se eu tiver um player blu ray 4k, que trabalha com a norma 2.0 e uma tv que também trabalha com 2.0, mas eu utilizo um cabo na norma 1.4, o que acontece aqui? O cabo vai transmitir o máximo que puder ou vai dar algum problema?
Só mais uma pergunta, se eu tiver equipamentos que trabalham com HDMI de versões diferentes, tipo um com 2.0 e outro com 1.4, qual cabo eu escolho?
Vocês tem alguma solução para cabos HDMI 4k para distâncias de 10 a 15 metros trabalharem a 60Hz?
Pergunto pois preciso instalar um projetor e a distância é mais ou menos essa. Optoma UHD60
Desde já, obrigado!