Querido integrador AV, hoje vamos relembrar como o “Machine Learning” e Big Data afetaram nosso mercado (Jan. 2030)
Os últimos 13 anos passaram rápido.
Parece que foi ontem quando sentávamos para fazer um brainstorm sobre um projeto de áudio, vídeo e automação.
Expondo opiniões, experiência e conhecimento sobre tecnologias.
Procurávamos especialistas, riscávamos no papel as ideias até encontrar a que melhor se encaixava no projeto.
Em 2030 a Nuvem e seus algoritmos passaram a projetar praticamente tudo. Desde então vivo sobre o Salário Mínimo Universal, criado para auxiliar ex executivos de diversos segmentos, entre eles distribuidores e integradores de AV.
Tudo começou em 2017 quando as maquinas passaram a aprender bem mais rápido. Antes precisávamos explicar e escrever o código para um computador saber fazer algo.
Por exemplo, para ensinar um computador a diferença de uma maça e uma laranja, de modo que ele pudesse identificar elas, demorava uma eternidade. Tínhamos que explicar detalhadamente.
Algo que uma criança de 4 anos fazia por instinto, levava dias para um computador chegar próximo.
Existiam testes de percepção onde pessoas e computador tinham que distinguir entre Puppy (pequenos cachorros) e Muffin (bolinho). É incrível como eles são parecidos !
Dizem que no início, os humanos davam de lavada, com margem de erro próxima a 10%, enquanto computadores erravam mais de 30%. Porem logo o Google ajudou a resolver esse problema.
Os computadores baixaram de 5 % a margem de erro.
Enquanto para o ser humano vale o principio de Polanyi (Michael Polanyi), onde nós sabemos muito mais do que dizemos, ou seja, não conseguimos expressar toda a informação que temos sobre um determinado assunto.
Porem para a maquina isso não vale. Ela usa o extremo da sua capacidade e conhecimento armazenado para operar uma solução.
Basta alimentar ela com fotos, vídeos, textos, regras gramaticais e de conteúdo (se passar um texto cheio de palavras sim e não para diversos temas, a maquina aprende como usar os termos), ela passa a processar a informação nova. Foi o “Machine Learning” 2.0, marco na historia das maquinas que revolucionou todas as indústrias.
Enquanto tínhamos que ensinar durante um longo período de tempo um assunto para uma pessoa virar especialista (existe a teoria das 10 mil horas, onde após ficar exposto por esse período a um tema, uma pessoa vira especialista), a maquina precisava de segundos.
Bastava ela pegar toda informação que o Big Data trazia sobre o período, clima, localização, históricos experimental e etc., e pronto.
Pense como é difícil descrever o rosto da sua mãe, a distância entre olhos, pequenas imperfeições na face, tamanho de boca e nariz, tom de pele e assim por diante.
Pois bem, em 2017, bastava enviar varias fotos e vídeos, com diferentes ângulos de visão para o algoritmo da Nuvem. Ele entendia todas as características a partir da foto, e passava uma descrição precisa dela.
Eles começaram a ficar criativos relacionando todo esse conteúdo que possuíam. Acho que foi por volta de 2020 que os computadores ganharam os primeiros Grammy’s escrevendo musicas a partir do momento e problemas que o mundo passava:
https://www.ibm.com/watson/music/
A parceria entre pessoas criativas e computadores tomou outra grandeza.
Em 2015 a 2017, Hubs online de cotação e propostas para projetos AV começaram a ganhar espaço.
JetBuilt e Portal.io começaram a melhorar suas soluções, diminuindo a necessidade de orçamentista e comprador nos integradores. O sistema criava orçamento para enviar ao cliente final, e na aprovação o mesmo já era enviado aos distribuidores e fabricas.
Foi questão de tempo para inverter o processo, e o usuário final cotar a solução e disparar para vários integradores. Ganhava a melhor proposta de serviço. O Hardware não estava mais em jogo.
Facilities
I really like the speed at which I can create an AV project and budget instantly with pricing on gear from the built-in database. We’ve gotten several comments on how nice our presentations now look after years of submitting spreadsheets. — Dave…
Me lembrei das tendências apresentadas em Julho de 2017 pelo CE Pro. Eles já alardeavam que os integradores deviam vender apenas serviço para ficarem mais competitivos. E muitos realmente fizeram isso.
https://www.cepro.com/article/home_technology_trends_2017_voice_control_vr_fiber_data
Quem não aceitou, por questões de margem ou por defesa do projeto, da liberdade de criação do sistema, ou pela independência na sugestão de marcas, acabou ficando limitado na sua atuação.
Até que surgiram os algoritmos de projeto AV e automação. Foi o fim !
De inicio era um serviço pago, onde o usuário final, individual ou corporativo, escolhia necessidades que ele tinha no projeto, depois preenchia um campo de experiência pessoal (nível escolar, onde estudou, principais amigos, numero de familiares, onde trabalha, melhor viagem, ator que mais gosta e assim por diante …), logo após vinha a pagina de Target Price, ou quanto ele gostaria de investir nisso, no fim bastava informar o CEP e enviar fotos do local, junto com as medidas de área.
O algoritmo na Nuvem processava tudo isso, valor a ser investido com taxas de juros e previsões econômicas, relacionado a área de trabalho do comprador e previsões futuras para o mercado dele, tendências macroeconômicas e taxa de câmbio também eram levadas em conta, em cima disso relacionava toda informação relevante política, climática, de possibilidade de conteúdo onde o projeto se encontraria.
Por fim, fazia uma relação com o tipo de viagem que o cliente gostava, preferencias, gastos no cartão de crédito, nível de vida dos familiares e amigos, itens mais procurados na Amazon,filmes mais acessados no Netflix, o código para projetar toda a solução estava pronto.
O resultado disso era um projeto e uma especificação de produto super detalhada e muito precisa a necessidade do cliente.
O próprio software já enviava a necessidade aos distribuidores, que rapidamente foram atropelados pelos fabricantes.
Faltava só alguém que instalasse de acordo com o projetado pela Nuvem, que no momento da aprovação do projeto, já fornecia todos os manuais, contato de suporte dos fabricantes e enviava os pedidos as fabricas, debitando em 10 x no seu cartão.
Os projetos foram melhorando, e a Nuvem foi aprendendo. Toda experiência nova, gerava mais Dados para os próximos casos, uploads de projetos passados, como base de dados das grandes revistas de áudio, vídeo e arquitetura, também ajudaram bastante. Foi exponencial.
Foi quando 2 gigantes Coreanos da indústria eletrônica viram o potencial da ferramenta.
Ela poderia determinar a demanda Global por hardwares, visto que 85% dos projetos mundiais vinham dos algoritmos.
Sabendo o que cotam, fica mais fácil saber que produtos são mais interessantes para o usuário, otimizam as produções, menores perdas gerando melhores custos, assim, foi alcançado o maior nível de produtividade nas fabricas em todos os tempos.
Os gigantes deram a tacada final: Fizeram o algoritmo GRATUITO !
Voilà, integradores começaram a quebrar em semanas, distribuidores em meses.
Alguns escritórios de arquitetura conseguiram sobreviver a primeira leva, mas foi questão de tempo para o algoritmos projetar ambientes e infra estrutura. Eles também foram engolidos pela Onda.
A instalação foi terceirizada entre grandes empresas de serviço, todos parceiros dos gigantes Coreanos. Existiam planos anuais de serviço. O cliente já fechava tudo online, sem surpresa. Escritórios de projeto não eram mais necessários.
O mercado ficou entre Nuvem e grandes fabricantes, controlando cerca de 90% do mercado mundial. Alguns pequenos integradores ainda continuaram no mercado, apenas como empresa de instalação de acessórios e para manutenção.
O algoritmo venceu.
… Exagerei ? Tomará que sim…
Entendam que parte desse texto é uma ficção, ou previsão, se preferirem.
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