Inteligibilidade é a característica do que é inteligível, ou seja, o que pode ser compreendido. É um dos aspectos que delimitam a qualidade do som, uma vez que se relaciona à clareza como o áudio chega para os espectadores em sistemas sonoros com o propósito de comunicação.
A norma 60268-16 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), inspirada na norma internacional da IEC (International Electrotechnical Commission), tem o objetivo de especificar os métodos que classificam essa qualidade. Na fala, isso significa ouvir vogais e consoantes corretamente, identificar estruturas de palavras e entender o significado das frases.
Essa aferição é obtida por meio de instrumentos adequados, que avaliam o sinal de forma analítica, com características temporais e espectrais da fala. O som obtido é classificado por um índice de transmissão de fala (STI) que varia de zero a um.
A inteligibilidade é imprescindível para se fazer compreensível. Veja, neste artigo, os métodos de medição dessa qualidade do som e os fatores que podem interferir nos resultados em projetos de sonorização.
Quais os métodos de medição da inteligibilidade?
Inicialmente, há cerca de cinquenta anos, a inteligibilidade era medida por meio da reprodução de um conjunto de palavras a um grupo de ouvintes em um ambiente fechado. Ao ouvirem as palavras, as pessoas escreviam o que conseguiam compreender em um papel.
O teste contava o percentual de respostas corretas — palavras repetidas exatamente como foram pronunciadas e ouvidas. A obtenção total de acertos a um nível de intensidade inferior a 20 dB HL era considerada normal.
O limite de inteligibilidade era de 50% das palavras entendidas, ou seja, a indicação mínima da qualidade da inteligibilidade daquele sistema de sonorização.
Atualmente, com o avanço constante da tecnologia, um dos recursos mais usados para a medida da inteligibilidade é o de programas de CAD (Computer Aided Design ou desenho assistido por computador).
Neles, é possível parametrizar a acústica do ambiente por meio de dados, como as dimensões da sala, materiais usados nas superfícies e fontes sonoras para que as métricas sejam calculadas de acordo com a norma.
No sistema, são realizadas simulações eletroacústicas ainda na elaboração do projeto, antes da construção ou da instalação do sistema de amplificação de voz no local.
Na aferição em que se avalia a qualidade do som, cujo sinal de teste tem as mesmas características da fala, a classificação é dada de zero a um. O sinal é convertido do alto-falante elétrico para o acústico e a transmissão acústica também é avaliada quando o ambiente é afetado por ruídos.
Além disso, é avaliada a reverberação do ambiente até a recepção do som pelo equipamento. Assim, o som recebido é comparado com o sinal original e a partir dessa informação, é possível obter uma escala correta de qualidade, por meio de cálculos mais precisos.
Qual a diferença entre inteligibilidade e audibilidade?
A diferença básica limita-se entre o que é ouvido e o que é compreendido. Com a audibilidade, o espectador escuta, mas não necessariamente entende a informação transmitida. Isso pode ser resultado, por exemplo, de uma deficiência do sistema ou de uma limitação do projeto.
Já com a inteligibilidade, qualquer tipo de instrumento que emite som ou campainha e tem o objetivo de transmitir uma informação é audível e, principalmente, inteligível.
Em que situações esses sistemas podem ser usados?
Sistemas de alarme para a comunicação de emergência são imprescindíveis para aumentar a segurança, principalmente, em locais de alta periculosidade ou grande aglomerado de indivíduos.
Por meio deles, as pessoas recebem um conteúdo compreensível e conseguem decidir com mais agilidade quais ações devem ser tomadas. Esse cenário abrange ocorrências, como catástrofes naturais ou provocadas pelo homem, incêndios e até ataques terroristas.
Além dessa aplicação, o sistema de sonorização com inteligibilidade pode ser usado no dia a dia, em locais onde o público precisa receber um aviso, alguma instrução ou indicação, como em shoppings.
Quais fatores afetam a inteligibilidade em um sistema de som?
O objetivo da inteligibilidade é entregar o som com clareza suficiente para ser entendido. Dada a complexidade do sinal, é preciso melhorar sempre as condições dessa transmissão.
Veja, a seguir, os principais fatores que afetam a inteligibilidade, que abrangem elementos acústicos, eletromecânicos e eletrônicos.
Mascaramento
Consiste na intrusão de sons indesejados — ecos, ruídos térmicos, hiss de fita ou outras formas de distorção — no sinal da fala. Pode ser resultado de fontes acústicas não destinadas à propagação de som, como ventiladores.
O mascaramento é expresso em decibéis e, idealmente, a relação S/N é maior que 0 dB, o que indica que a fala é mais alta do que o ruído.
Resposta de frequência
Pode ser mais bem observado em sistemas limitados em banda, como telefones que se limitam à largura de 2 kHz-. Isso dificulta a distinção entre as letras “t”e “d” ou “f” e “s”.
Sistemas de alta qualidade precisam cobrir a faixa de frequência de 80 Hz até aproximadamente 10 kHz, o que melhora a reprodução de consoantes, imprescindíveis para a inteligibilidade.
Abaixo desse valor, as respostas devem ser eliminadas. Além disso, a resposta do sistema deve ser plana em toda a faixa. O ajuste gradual da alta frequência pode enfatizar as consoantes, mas picos ou vales na resposta podem causar automascaramento ou perda de articulação dessas letras.
Distorção
Outro problema que afeta a inteligibilidade é a distorção de intermodulação. Embora seja facilmente controlado na eletrônica, o efeito pode ser gerado em alguns tipos de alto-falantes, como coaxiais de duas vias, quando são colocados em níveis elevados.
Clipar os picos do sinal de fala, para amplificar e restaurar essa amplitude de pico a pico, pode melhorar a inteligibilidade do som, principalmente em situações de muito barulho, já que o clip gera parciais harmoniosamente relacionadas à fundamental, acentua consoantes e aumenta a potência sonora do sinal.
Sistemas de evacuação por voz
No Brasil, a norma 60268-16 parametriza os procedimentos e os resultados dos projetos, para apontar erros que poderiam aumentar a vulnerabilidade das pessoas ou reduzir a eficiência da mensagem transmitida.
Ela avalia um sistema que, mesmo sendo formalizado, não respondia pela qualidade do que era dito ou entendido e, hoje, sendo incorporada a um código de emergência e evacuação, pode salvar vidas. Na Europa e Estados Unidos existem normas específicas para isso.
Algumas consequências do rompimento de barragens de mineradoras, por exemplo, poderiam ter sido evitadas, também, com um alarme inteligível e acionado em momento oportuno.
Técnicos devem estar devidamente preparados, por meio de treinamentos e cursos, para realizar essas instalações sonoras, principalmente com o Easyevac, um spinaff do Easy — um programa autônomo de CAD otimizado para projetos de sonorizações e sistemas de comunicação de emergência.
Sua usabilidade é ideal para o integrador e na AES Brasil Expo, marcada para julho de 2019, acontecerão treinamentos promovidos pelo Grupo Discabos sobre o tema.
Mesmo que a inteligibilidade seja aferida com mais precisão por equipamentos, existem nuances e procedimentos que precisam ser atendidos, principalmente relacionados às normas técnicas, para conseguir a qualidade ideal do projeto.
Soluções de ótima inteligibilidade
Agora que você já sabe tudo sobre inteligibilidade, só falta mesmo entrar em contato com o Grupo Discabos e começar a usar soluções eficazes para seus projetos de sonorização! Trabalhamos com marcas de sonorização que prezam pela segurança e inteligibilidade do sistema, inclusive sendo precursoras em sistemas de evacuação por voz.
Parabéns pelo explanação e vale lembrar da seletividade de suma importancia